Ananké*, Rafael Arévalo Martínez
Quando cheguei à parte em que o caminho
se dividia em dois, a sombra veio
a dobrar o horror de minha agonia.
Ó Hora dos destinos! Quando chegas
é inútil lutar. E eu sentia
que me socilitavam forças cegas.
Desde o cume em que disforme lava
escondia a fronte de granito,
minha vida como um pêndulo oscilava
co'a fatalidade dum "está escrito".
Um passo nada mais e definia
pra mim a existência ou a agonia,
pra mim a razão ou o desatino...
Dei aquele passo e se cumpriu um destino.
(de "Los Atormentados", 1914)
Rafael Arévalo Martínez, poeta guatemalteco,
da Geração de 1910, também chamada Geração do Cometa.
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* Ananké, na mitologia grega, era a personificação da
inevitabilidade, da necessidade e da compulsão. Na
mitologia romana era Necessitas.
Original
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