Poesia Guatemalteca em Português

A poesia guatemalteca é quase completamente desconhecida do público brasileiro. É possível que apenas uns poucos conheçam uns poucos poemas de Miguel Ángel Asturias... Contudo, a Guatemala produz uma literatura ganhadora de um Prêmio Nobel (Miguel Ángel Asturias, 1967)!!! Conhecê-la é conhecer uma das faces mais coloridas, vivas e verdadeiras da literatura latino-americana.

Thursday, March 24, 2005

Credo, Miguel Ángel Asturias




Creio na Liberdade, Mãe da América,
criadora de mares doces na terra,
e em Bolivar, seu filho, Senhor Nosso
que nasceu em Venezuela, padeceu
sob o poder espanhol, foi combatido,
sentiu-se morto sobre o Chimborazo,
ressucitou à voz da Colombia,
tocou o Eterno com suas mãos
e está em pé junto de Deus!

Não nos julgues, Bolivar, antes do dia último,
porque cremos na comunhão dos homens
que comungam com o povo, só o povo
faz livres aos homens, proclamamos
guerra a morte e sem perdão aos tiranos
cremos na ressurreição dos heróis
e na vida perdurável dos que como Tu,
Libertador, não morrem, fecham os olhos e ficam velando.

Buenos Aires, 1954

Poema de Miguel Ángel Asturias, poeta guatemalteco,
agraciado pelo Prêmio Nobel de Literatura de 1967.
Tradução de André Damázio.

Original

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