Credo, Miguel Ángel Asturias
Creio na Liberdade, Mãe da América,
criadora de mares doces na terra,
e em Bolivar, seu filho, Senhor Nosso
que nasceu em Venezuela, padeceu
sob o poder espanhol, foi combatido,
sentiu-se morto sobre o Chimborazo,
ressucitou à voz da Colombia,
tocou o Eterno com suas mãos
e está em pé junto de Deus!
Não nos julgues, Bolivar, antes do dia último,
porque cremos na comunhão dos homens
que comungam com o povo, só o povo
faz livres aos homens, proclamamos
guerra a morte e sem perdão aos tiranos
cremos na ressurreição dos heróis
e na vida perdurável dos que como Tu,
Libertador, não morrem, fecham os olhos e ficam velando.
Buenos Aires, 1954
Poema de Miguel Ángel Asturias, poeta guatemalteco,
agraciado pelo Prêmio Nobel de Literatura de 1967.
Tradução de André Damázio.
Original
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